sábado, 20 de junho de 2009

ENCERRANDO CICLOS

Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final. Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver.

Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos. Não importa o nome que damos. O que importa é deixar, no passado, os momentos da vida que já se acabaram.

Foi despedido do trabalho? Terminou uma relação? Deixou a casa dos pais? Partiu para viver em outro país? A amizade tão longamente cultivada desapareceu sem explicações? Você pode passar muito tempo se perguntando por que isso aconteceu. Pode dizer para si mesmo que não dará mais um passo enquanto não entender as razões que levaram certas coisas, que eram tão importantes e sólidas em sua vida, serem subitamente transformadas em pó.

Mas tal atitude será um desgaste imenso para todos, seus pais, seu marido ou sua esposa, seus amigos, seus filhos, sua irmã. Todos estarão encerrando capítulos, virando a folha, seguindo adiante, e todos sofrerão ao ver que você está parado.

Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem conosco. O que passou não voltará. Não podemos ser eternamente meninos, adolescentes tardios, filhos que se sentem culpados ou rancorosos com os pais, amantes que revivem noite e dia uma ligação com quem já foi embora e não tem a menor intenção de voltar.

As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora. Por isso é tão importante (por mais doloroso que seja!) destruir recordações, mudar de casa, dar muitas coisas para orfanatos, vender ou doar os livros que tem. Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível, do que está acontecendo em nosso coração, e o desfazer-se de certas lembranças significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar.
Deixar ir embora, soltar, desprender-se. Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto, às vezes ganhamos e às vezes perdemos. Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor. Pare de ligar sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda. Isso o estará apenas envenenando e nada mais.

Não há nada mais perigoso que rompimentos amorosos que não são aceitos, promessas de emprego que não têm data marcada para começar, decisões que sempre são adiadas em nome do "momento ideal". Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo. Diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará.

Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo, sem aquela pessoa. Nada é insubstituível. Um hábito não é uma necessidade. Pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil, mas é muito importante. Encerre ciclos, não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida.
Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira, deixe de ser QUEM ERA e se transforme em QUEM VOCÊ É.

O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis.



Sonia Hurtado


BATE PAPO


A tendência ao apego é sinônima do conforto que o conhecido nos trás. Para deixar ir – mesmo tendo a consciência de que acabou, não faz mais parte dos sonhos, não corresponde aos nossos desejos nem preenche nossos corações – é preciso desapegar-se, perdoar, compreender, aceitar e buscar novos caminhos, outras possibilidades. A vida é feita de ciclos de vida, onde uma etapa segue a outra já cumprida, terminada, viabilizando o crescimento de todos nós, que sempre teremos aprendido com cada situação, pessoa ou fato envolvendo as experiências tidas. Resignar-se ao fim de um relacionamento é aceitar o término de algo bonito que existiu, mas não existe mais, arquivando na memória afetiva tudo que foi vivenciado, mantendo o sentimento de gratidão pela pessoa que nos possibilitou sentir amor, aprendeu consigo e jamais poderá deixar de lembrá-la entre seus tesouros mais preciosos.

A perda de um emprego pode ser apenas um capítulo de aprendizado, de aprimoramento para um futuro mais promissor, por isso não cabe o medo de não conseguir outra colocação, nem se deve esquecer que toda oportunidade vivida é caminho trilhado, que trouxe um ganho.

Amizades que terminam podem ter sido pontes maravilhosas, deixado momentos únicos de uma troca que foi genuína, mas uma vez cumprido seu papel, aquele vínculo permite novos vôos, alicerça as escaladas futuras, abre horizontes, aponta saídas. Por que ver com sentimento negativo o que pode ser indicio de algo grandioso, que tanto deixa valores como permite novas e diferentes vivências?

Crescer é sair da zona de conforto da casa paterna, trocar de chefe, abrir o próprio negócio, fazer novos amigos, ter novos amores. Desapego e receptividade ao novo: dois elementos que ajudam a escrever novos capítulos em nossas existências. Coragem para cortar os elos, firmeza para não fechar os olhos ao que insiste em acontecer, serenidade para guardar as belezas que viveu sem mágoas – ainda que só você as valorize e decida guardar no calor de seu coração – olhos adiante e coração aberto, porque a vida não pára!

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